Hebert Conceição vence ouro com nocaute de virada

Depois de vencer três lutas em Tóquio, Hebert Conceição fez o combate mais disputado na final do torneio peso médio (75kg) na madrugada deste sábado e conquistou a vitória com um nocaute no último round. Ele venceu o ucraniano e atual campeão europeu, Oleksandr Khyznhiak.

“Eu sabia que ele seria um adversário muito duro e sujo. Ele acertou vários golpes na  nuca, e eu fui sujo também porque não sabia mais o que fazer. Então, eu sabia que estava perdendo e que tinha três minutos para mudar a cor da medalha” – Hebert Conceição

A luta

Khyznhiak começou o combate colocando pressão com combinações no corpo e cabeça. Os atletas clincharam e o ucraniano acertou dezenas de socos na nuca de Hebert, mas o árbitro deu uma única advertência e que não mudou a postura de Khyznhiak. O brasileiro acertou diretos firmes de contragolpe, porém o europeu foi superior no volume. Assim, ele ganhou o primeiro momento na visão de todos os jurados.

No segundo assalto, Khyznhiak veio agressivo e conectou os melhores golpes mesmo na longa distância, onde o baiano teria vantagem por ser mais longo. O ucraniano continuou com os golpes atrás da cabeça, e Hebert respondou no jogo sujo, pressionando o rosto do adversário com o cotovelo no clinche.

Novamente, todos os juízes deram a vitória para Khyznhiak nesse assalto. Assim, o brasileiro teria que dominar nos três minutos seguintes para empatar a luta. E, se quisesse ganhar, ele precisaria tirar a consciência do malandro uncraniano.

Os boxeadores trocaram chumbo, famintos pelo ouro, logo no começo do último round, mas Hebert acertou bons uppers no clinche. Com menos dois minutos de luta, Khyznhiak pressionou o baiano contra as cordas. Eles trocaram diretos e quando lançaram o cruzado de esquerda, Hebert Conceição foi mais veloz e atingiu o queixo do ucraniano, que caiu de costas no chão.

O árbitro abriu a contagem e Khyznhiak se levantou no terceiro segundo, mas o oficial entendeu que o atleta não tinha condições de continuar e interrompeu o combate, garantindo a vitória de Hebert.

Jornada dura

Hebert dominou seus primeiros dois confrontos, contra o chinês Tuoheta Erbieke e em seguida contra o cazaque Abilkhan Amankul. Então, ele disputou a medalha de bronze contra o atual campeão mundial dos médios, Gleb Bakcshi, da Rússia. O brasileiro havia perdido para Bakschi no mundial de 2019 de forma clara.

Apesar disso, na última quinta-feira (05), foi a vez de Hebert dominar o russo, que foi vencido na decisão unânime. O triunfo sedimentou a vaga do baiano na final até 75 quilos.

Na disputa final, o brasileiro disse que entrou para o terceiro assalto buscando o nocaute. “Eu sabia que ele seria um adversário muito duro e sujo. Ele acertou vários golpes na  nuca, e eu fui sujo também porque não sabia mais o que fazer. Então, eu sabia que estava perdendo e que tinha três minutos para mudar a cor da medalha”, narra.

Campanha vitoriosa

As olimpíadas de Tóquio trouxeram o melhor resultado da seleção brasileira de boxe. Até agora, os atletas acumulam um ouro, um bronze, e Beatriz Ferreira tem a prata garantida. Ainda assim, a brasileira é favorita para o lugar mais alto do pódio.

O melhor desempenho do time ocorreu nos jogos do Rio, quando Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro para o país. Atualmente, o Brasil tem dois ouros, uma prata e quatro bronzes na modalidade, fora a futura medalha de Beatriz.